quarta-feira, 23 de junho de 2010

Anos 70: Anarchy In The U.K.

Terceiro capítulo da série Viagem Na História Do Rock

Para ler a primeira parte, clique: Anos 5O: It´s Rock and.....IT ROLL !

Para ler a segunda parte clique: Anos 60: ''Why We Fight For'' ?

É recomendado que se ouça as músicas da plalist abaixo antes, durante ou depois da leitura para que se entenda melhor todos os fatos e que a viagem musical seja completa.


Discos Analisados:

Creedence Clearwater Revival - Cosmo´s Factory(1970)
Crosby, Stills, Nash & Young - Déjà Vu (1970)
The Beatles - Let It Be (1970)
Black Sabbath - Black Sabbath(1970)
Black Sabbath - Paranoid (1970)
Led Zeppelin - IV (1971)
The Rolling Stones - Sticky Fingers (1971)
Yes - Fragile (1971)
Jethro Tull - Thick As A Brick (1972)
Deep Purple - Machine Head (1972)
David Bowie - The Rise And Fall Of Ziggy Stardust & The Spiders From Mars (1972)
Pink Floyd - Dark Side Of The Moon (1973)
Rush - Fly By Night (1975)
Queen - A Night At Opera (1975)
Kiss - Destroyer (1976)
Ramones - Ramones (1976)
Sex Pistols - Nevermind The Bullocks(1977)
The Clash - London Calling (1979)
Van Halen - Van Halen (1978)
Police - Reggatta De Blanc (1979)

Começo dos anos 70; definindo em uma só palavra: FIM. Foi no começo dessa movimentada década que ídolos e gênios como Janis Joplin, Jim Morrison e Jimi Hendrix morreram. Também acabavam uma das bandas mais populares da década, os Beatles. Esses por sua vez apareceram com o disco mais triste de sua carreira e que refletia todo o clima da banda que tinha seus componentes cada vez mais afastados.

O Blues Rock que era consumido com certa extravagância foi diminuindo cada vez mais, o Creedence Clearwater Revival que era, essencialmente, uma banda desse estilo, mudou a sua fórmula e começou a fazer um rock mais tradicional, e assim saiu o seu trabalho mais derradeiro: Cosmo´s Factory. Uma das poucas bandas que conseguiram se manter no Blues Rock foi o Crosby, Stills, Nash & Young; que gravou o Déjà Vu após a entrada de Neil Young na banda; com certeza, o melhor álbum do grupo.

Depois de tanta coisa terminando, em 1965, no distrito industrial de Birmingham, ocorreu um acidente, um acidente que iria mudar o som do rock para sempre. Um funcionário de uma fábrica de metais perdeu as pontas dos dedos em uma prensa; o funcionário se chamava Tony Iommi, que por sua vez teve uma perda pessoal muito grande tendo em vista que era um guitarrista a ponto de se tornar profissional. Apesar disso, Tony não desistiu, fez moldes de plástico para o seu dedo e folgou as cordas da guitarra para ficar mais fácil de tocar; consequentemente, o som ficou mais pesado. E assim o Black Sabbath dava a forma ao metal.

Não só a sonoridadem, mas as letras do Sabbath também era extremamente diferentes das demais da época. Um dia a banda estava ensaiando na frente do cinema e viu que as pessoas gostavam de ver filmes de terror. Com essa observação, Tony disse: ''Se as pessoas pagam para se assustarem, porque não fazemos uma música que as assustem ?!'' e assim surgiram canções como Black Sabbath e N.I.B.

Outro aspecto importante no metal, era os riffs. Eles que te colocam na música, e isso era a base de qualquer música de metal. Apoiado a isso surgiram riffs como: Paranoid, Iron Man, Black Sabbath e riffs do Deep Purple, sendo nessa época, Smoke On The Water o mais marcante deles. Smoke On The Water veio ao público no disco Machine Head, obra prima do Purple que trazia clássicos mais que memoráveis da banda, como Highway Star, Lazy e Pictures Of Home.

Ambas bandas tinham um vocalista que deixava sua marca. A voz aguada iria defenir os padrões vocais do estilo alguns anos depois. Ozzy e Gillan

Em 1971, o Led Zeppelin, que já tinha feito sucesso no fim da década passada, lançava o seu mais famoso álbum, aquele que o levaria a condição de lenda do rock, inclusive comercialmente através da clássica faixa com 9 minutos: Stairway To Heaven. O Led pode ser apontado como o principal grupo dos anos 70 e um dos pioneiros do ''rock de estádio'', enchendo estádios com apenas uma apresentação.

Junto com o Led Zeppelin, Rolling Stones sobreviveram aos anos 60, e nos anos 70 lançaram seu trabalho mais importante: Sticky Fingers, recheado de clássicos como Brow Sugar e Wild Horses.

Led Zeppelin também mudou a relação comercial do rock, as bandas lançavam menos discos e faziam mais turnês e shows; principalmente as bandas dos anos 60, como o Who, Stones e o próprio Led.

O progressivo, e sua mistura com o Hard Rock também foram destaque nessa movimentada década. O Rush misturava em seus 2 primeiros álbuns Hard e Progressivo, isso fica claro em músicas como By-Tor and the Snowdog e Rivendell. Outras bandas já consagradas como Yes e Pink Floyd lançavam discos mais maleáveis, que poderiam ser aceitos e vendidos mais facilmente; assim surgiam Fragile (Yes); Dark Side Of The Moon e The Wall (Pink Floyd).

Por outro lado, o Jethro Tull lançava o sua obra mais magnífica de todas; Thick As A Brick. revolucionário, quebrando a barreira de tempo que era imposta pelas tendências comercias seguidas pelas bandas progressivas já citadas.

A obra prima sonora era composta de apenas uma música, divida em duas partes para caber no vinil. A música era um poema criado por um menino fictício, nesse poema, falava dos desafios imposto pelo crescimento e maturidade.

Mais um músico viria a lançar o seu trabalho de maior importância nessa década; David Bowie tinha mostrado suas garras em seu ótimo disco de estréia, Space Oddity, mas o sucesso ainda lhe escorregava pelos dedos. Bowie era fã do Pink Floyd (na época com Syd Barrett) e sempre gostou do Velvet Underground (falamos sobre ele no post passado),um dia, conseguiu se encontrar com o Velvet, e segundo o próprio Bowie, esse dia marcou sua vida.

O encontro com o Velvet foi como um terremoto na cabeça de Bowie, e o que esse terremoto deixou em sua mente, foi o conceitual Ziggy Stardust And The Spiders From Mars.

Bowie que já tinha feito faculdade de teatro e tinha levado elementos de atuação à sua música, ampliou ainda mais essa característica depois de Ziggy, em que Bowie não era mais Bowie; era um alienígena andrógeno e roqueiro, o próprio Ziggy Stardust.

Assim, David Bowie transformou o rock em algo pomposo, glamuroso e teatral. O maior exemplo dessa ''interpretação'' foi o anúncio de seu último show; só que enganou a todo mundo (incluindo os músicos de sua banda de apoio), pois ele se referia à Ziggy, não à ele próprio. Muitas bandas seguiram e vão seguir nos anos 90 esse estilo glam, os principais dos anos 70 foram Roxy Music e T. Rex.

Adicionando o estilo teatral e interativo criado por Bowie, surgiram Kiss e Queen. Cada show era um espetáculo, algumas vezes a música até ficava em segundo plano. Show de pirotecnia, Gene Simmons cuspindo sangue, Paul Stanley soltando fumaça pelo captador da guitarra, e uma multidão delirando. Assim eram os shows do Kiss, a banda mais ''show-business'' da década; provavelmente dá história do rock.

O Queen tinha como base um dos melhores vocalistas da história. Freedie Mercury não só tinha uma voz potente e vigorosa, mas também sabia interagir com o público como nenhum outro. Tomando conhecimento do rock de estádio, o Queen fez duas músicas que se tornaram seu maiores sucessos, canções triunfais, feitas para um show com milhares de pessoas; We Will Rock You e We Are The Champions; essas duas músicas que entraram no álbum News Of The World.

No meio de tanto rock de estádio comercial e de progressivos que viajavam ao limite da imaginação humana, uns adolescentes revoltados redefiniam o rock, faziam um revolução; uma revolução chamada Punk.

Antes de falar da ''tríplice coroa do Punk'', vamos falar de artistas que não eram tão punks, mas que carregavam os fundamentos do estilo consigo. Pra começar, Patti Smith. As letras de Patti eram cortantes, polêmicas, uma das mais marcantes está no começo da música ''G-L-O-R-I-A'', do seu disco clássico, Horses.

''Jesus morreu pelos pecados dos outros não pelos meus Derretendo na maconha de ladrões.''

Patti Smith também marcou na capa de seu disco, ela se vestia como homem e numa postura honrosa, mais um motivo de polêmica para a época.


Eddie And Hot Rods faziam um rock estilo The Who, mas refletiram bem a juventude da época com disco Teenage Depression. Além da capa, mais do que polêmica, a música título do álbum também era, digamos, ''direta''.

''Estou gastando todo o meu dinheiro

E ele está sumindo pelo meu nariz''



Outro que não pode ser esquecido de maneira alguma é o Stooges, que armados com a voz visceral de Iggie Pop lançaram um disco que pode ser considerado o primeiro disco punk da história, o clássico Raw Power; pesado, energético e crítico, base para o punk que vinha a surgir com os Ramones e Sex Pistols no lado europeu.

O punk era algo simples, direto. Músicas curtas, a maioria tinha menos de 2:30 e sem solos e virtuosismo instrumentais. Apesar de ter apenas 3 acordes básicos, os Ramones tocavam extremamente rápido, e assim criavam uma espécie de virtuosismo próprio. As letras falavam das ruas daquela época, que não apresentavam situações muito confortáveis. Os Ramones também lançaram músicas polêmicas para a época, para citar uma, Now I Wanna Sniff Some Glue, que título já diz tudo, não precisa explicar mais nada. Outo clássico que veio a surgir no primeiro disco da banda, é Blitzrieg Bop. Do meu ponto de vista, aquele ''Hey ho, let´s go'' é uma marca do punk, é como se fosse um chamado, mostrando que o punk é feito de ações, não adianta só ficar falando, tem que agir.

Os Sex Pistols foram provavelmeten a banda mais anárquica de todas do movimento punk. Suas performances eram cheias de insultos, cuspidas no chão, caretas, músicos se cortando... letras não eram apenas agressivas, eram agressivas à rainha da inglaterra. Algo como:

Deus salve a rainha
Seu regime fascista
Fez de você um retardado
Bomba-H em potencial

Deus salve a rainha
Ela não é um ser humano
Não há futuro
Nos sonhos da Inglaterra

Essa música ainda foi lançada na semana do jubileu fa rainha inglesa e com a banda tocando a música num barco do lado de fora do parlamento inglês durante a festa da rainha ! ISSO É PUNK RAPÁ !!

As calça Jeans rasgadas dos Ramones e Sex Pistols foi uma idéia original da banda Television. Esse visual foi visto pelo lendário empresário dos Pistols, Malcon Mclaren, e apresentou a banda, que por sua vez o aceitou naturalmente. A banda Television também teve seu momento punk, aliás, uma música bem interessante, outra que refletia bem a juventude da época. A canção era chamada Blank Generation:


''Eu pertenço à Geração Vazia e
eu posso pegar ou largar isso a qualquer hora
Eu pertenço à Geração __________ mas
Eu posso pegar ou largar isso a qualquer hora''

O primeiro disco do Clash chegou como uma bomba na inglaterra, músicas como White Riot e Jeanie Jones sacudiam todos os punks do ''Do It Yourself''. White Riot foi escrita por Joe Strummer depois de um conflito entre negros e policias; o próprio Joe estava nessa acidente, isso torna a música mais ácida e verdadeira, ou seja, PUNK !

Em 1979 o mundo conhecia e aclamava o New Wave, que pode ser considerado um punk mais açucarado e menos rebelde; muitas bandas de punk seguiram esse estilo, isso não aconteceu com o Clash. Nesse ano eles lançaram o que é provavelmente seu melhor disco, London Calling. O disco era menos barulhento, mas eficaz; destaque para Spanish Bombs, London Calling e Hateful.

Da New Wave/Rock alternativo daquela época podemos citar o Pollice, que surgiu ao mundo com os hits Roxanne, Message in a Bottle e Every Breath you Take. Aliado desses poderosos singles e de álbuns como Reggatta De Blanc e Synchronicity, o Police virou mais uma banda de rock de estádio.

Assim como o punk, o new wave foi esgotado pelo tempo, e o que restou era o metal ou o hard rock pesado, como o Van Halen, que se mostrou um dos melhores guitarristas do rock com o seu primeiro disco que continha a instrumental na guitarra Eruption e outros clássicos como Runnin' With the Devil, Ain´t Talk´ About Love e a versão definitiva de You Really Got Me.

Apesar de ter surgido nos anos 70, o metal e rock pesado em geral viriam a explodir na próxima década, então é no próximo post que falamos dele.





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